sábado, 27 de abril de 2013

Facebook mostra vídeo de mulher sendo decapitada e não o retira do ar


Rede social diz que usuários compartilham imagens para condená-las.
Vídeo já teve mais de 5,6 mil compartilhamentos
                          Reprodução de página do Facebook que mostra vídeo de mulher sendo decapitada e que não pode ser retirado do ar pelo Facebook (Foto: Reprodução/Facebook)
Um vídeo que mostra uma mulher sendo decapitada, publicado na tarde desta sexta-feira (26) por um usuário brasileiro do Facebook, está causando polêmica nas redes sociais por seu conteúdo violento. Mesmo após ser denunciada, a gravação não foi retirada do ar pela rede social.

Com duração de 59 segundos, o vídeo mostra uma mulher ajoelhada, de mãos atadas e de frente para a câmera.
Ela é segurada pelos cabelos por um homem de boné branco e que usa um capuz preto sobre o rosto.
O usuário que publicou o vídeo não indica o local nem a data de gravação. No entanto, é possível notar o carrasco falando espanhol e dizendo a palavra “Zetas”.
“Los Zetas” são um grupo mexicano de narcotraficantes, conhecido por perseguições, massacres e execuções violentas, dentre elas a decapitação.
Além do México, o grupo também atua em países da América Central, como a Guatemala.

Embora a imagem publicada por um usuário seja explícita, o site afirma que não pode retirar o conteúdo do ar porque ele "não viola os padrões de comunidade do Facebook".
De acordo com o Facebook, as pessoas que comentam e compartilham o vídeo estão fazendo isso "para condená-lo" e que, por isso, não pode removê-lo. "Da mesma forma como programas jornalísticos na televisão usam imagens inquietantes mostrando atrocidades, as pessoas podem compartilhar vídeos inquietantes no Facebook com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre ações ou causas", diz a empresa.

"Embora o vídeo seja chocante, nossa postura está fundamentada na preservação dos direitos das pessoas de descrever, representar e comentar sobre o mundo em que vivem".

O vídeo publicado por um usuário da rede social, aparentemente mexicano, mostra uma mulher sendo decapitada por supostos integrantes de uma gangue mexicana. Até a publicação da reportagem, o conteúdo foi compartilhado por mais de 5,6 mil usuários do Facebook, teve quase 3,9 mil comentários e mais de 1,4 mil "Curtir".

O que pode e o que não pode
Segundo os termos de direito e responsabilidades do Facebook, a rede social está autorizada a remover qualquer conteúdo que infrinja os direitos autorais de alguém. Os usuários estão proibidos ainda de publicar conteúdo que "contenha discurso de ódio, seja ameaçador ou pornográfico; incite violência; ou contenha nudez ou violência gráfica ou desnecessária".

É vedado também aos usuários publicarem conteúdo que "infrinja ou viole os direitos alheios ou a lei", informações financeiras confidenciais de ninguém no Facebook e que contenham quaisquer atos ilegais, equivocados, maliciosos ou discriminatórios.

Leitora chocada
O G1 foi alertado sobre a existência do vídeo pela estudante Jéssica Souza, por meio da ferramenta de jornalismo colaborativo.
A leitora conta que soube do vídeo por uma amiga. “Ela recebeu porque um amigo comentou, e apareceu na Timeline dela. Pelo comentário que ele fez, xingando, ela foi ver por curiosidade. [Depois de assistir], ela me mandou mensagem dizendo que estava se sentindo mal”, relata. “Ela ficou bem chocada, assustada porque nunca tinha visto algo assim real”, relata.

Jéssica conta que, inicialmente, pensou que o vídeo fosse uma montagem. “Assisti até o final. Achei que não parece ser falso, mas ainda assim não acredito que alguém seja capaz de filmar isso e colocar numa rede social”, aponta.

Leia a seguir a íntegra da nota eviada pelo Facebook: "As pessoas estão compartilhando este vídeo para condená-lo. Da mesma forma como programas jornalísticos na televisão usam imagens inquietantes mostrando atrocidades, as pessoas podem compartilhar vídeos inquietantes no Facebook com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre ações ou causas. Embora o vídeo seja chocante, nossa postura está fundamentada na preservação dos direitos das pessoas de descrever, representar e comentar sobre o mundo em que vivem".

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